domingo, 27 de março de 2011

Love and Life

 
Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata. (Clarice Lispector)

O impulso

 
Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se trata de intuição, mas de simples infantilidade.  Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse. Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: Nem sempre os meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são: cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime, às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna. Que farei então? Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei. (Clarice Lispector)

sábado, 26 de março de 2011

MF.

Hoje eu acordei mais cedo e fiquei te olhando dormir, imaginei algum suposto medo para que tão logo pudesse te cobrir.
Tenho cuidado de você todo esse tempo,você está sob meu abraço, minha proteção.
Tenho visto você errar e crescer, amar e voar, você sabe onde pousar.
Ao acordar já terei partido, ficarei de longe escondido,
Mas sempre perto, decerto, como se eu fosse humano, vivo,
Vivendo para te cuidar, te proteger, sem você me ver,
Sem saber quem sou, se sou anjo ou se sou seu amor.

Acredita em anjo ? Pois é, sou o seu
Soube que anda triste, que sente falta de alguém
Que não quer amar ninguém, por isso estou aqui vim cuidar de você
Te proteger, te fazer sorrir, te entender, te ouvir
E quando tiver cansado, cantar pra você dormir.

Te colocar sobre as minhas asas, te apresentar as estrelas do meu céu
Passar em Saturno e roubar o seu mais lindo anel..

Vou secar qualquer lágrima que ousar cair
Vou desviar todo mal do seu pensamento, estar contigo a todo momento
Sem que você me veja, vou fazer tudo que você deseja.

Mas, de repente você me beija, o coração dispara
E a consciência sente dor, eu descubro que além de anjo eu posso ser seu amor.


Afinal, quem eu sou? Seu anjo, ou seu amor? Tenho asas?
Anjos aparecem invisíveis, humanos também, quando amam
Quero dizer que já não importa mais, saber de onde eu venho
Se tudo que sou pra você, é amor. E se ainda assim, quiser voar
Te levo comigo, te mostro as estrelas, outros alados, Deus, a vida celeste
E depois voltamos pra nossa casa, até nos amarmos, até morrermos
Para dizer que é seu o anel, sou seu amor na terra e seu anjo no céu

segunda-feira, 7 de março de 2011

Feelings

Eu estou me sentindo fraca, talvez você fosse mesmo a minha base, aquilo que não me deixava cair. Não sinto vontade de levantar da cama, afinal, quem é que vai me fazer sorrir feito boba na frente do computador? Não sei, eu não tenho mais vontade de falar com ninguém, só contigo. Mas você não quer mais, eu sei que não quer. Tenho vontade de pegar o telefone, discar o seu número, esperar você atender, e desligar, só pra ouvir a sua voz, só pra ouvir o seu “alô”, ou então, se eu estivesse em um estado absurdo de loucura, te diria entre lágrimas tudo que estou sentindo, te pediria desculpa por tudo, por não ter confiado, por não ter me entregado… Está bem, eu estou aqui, me desgastando, pensando em tudo que eu poderia fazer. Mas me diga, e você? Você faria alguma coisa por mim? Será mesmo que você não errou comigo em nenhum momento? Será que eu estava tão errada em não acreditar em nada? Poxa, suas palavras contradiziam com as suas ações, e isso já estava me enlouquecendo. As pessoas me dizem “acalme-se, ele não te merecia, foi melhor assim”, ta bom, pode até ter sido melhor assim, pode ser que mais pra frente, eu olhe pro meu passado e pense “caramba, aquele cara não merecia nenhuma daquelas lágrimas”, mas enquanto isso, ninguém me fala o que devo fazer para te esquecer.  Você não sai da minha mente, e o meu coração está gritando por você, o meu corpo está te chamando. Esse é o meu lado emocional, que te chama e que se desespera ao ver que você não está mais aqui. Mas o meu lado racional está consciente de que talvez tenha mesmo sido melhor. Talvez eu consiga dormir essa noite sem chorar, e acordar com um pequeno sorriso no rosto. É, talvez eu consiga seguir em frente sem você